Do dia das mentiras e das vezes que não dizemos a verdade...

Hoje, como todos sabemos, é dia 1 de Abril e, como acontece anualmente, este ano Abril começou com mentiras. Eu próprio já menti em anos anteriores, sempre com esperança de conseguir enganar alguém, mas sem nunca ser bem sucedido. De facto, houve um ano que o karma me castigou antes que dissesse a mentira e, antes que pudesse dizer à minha mãe que tinha partido os ósculos que tinha comprado no dia anterior, sentei-me em cima deles sem me dar conta e, efectivamente, partiram-se.

Todavia, não é disso que se trata neste post. Acho que é importante reflectir na importância da mentira  hoje em dia que até tem um dia comemorativo, pelo menos em Portugal.

Não mentimos já demasiado nos outros 364/365 dias do ano? Sejam mentiras piadosas ou mentiras grandes e maliciosas, mentir é mentir e é algo que todos fazemos, dia-a-dia, pelas mais diversas circunstâncias.

Mentimos que estamos bem, que não nos passa nada e que não sentimos nada, para ser mais fortes. Dizemos que nos dói a garganta, que temos tosse e sensação de febre para faltar às aulas e ao trabalho.

Juramos que não comemos o último cupcake de chocolate que havia ali, ainda que tenhamos a boca suja de migalhas ao mesmo tempo que podemos afirmar, sem hesitar, que comemos um bom almoço, quando pela boca do estômago não entrou qualquer pedaço de comida.

Mentimos porque amamos e porque queremos fazer uma surpresa e roubar um sorriso a alguém, enquanto que tampouco contamos a verdade quando fazemos algo mal, para não magoar o outro.

Omitimos pequenas coisas, convencendo-nos de que "não é tão importante", uma e outra vez, até que, no fim de contas, perdemos a conta às coisas ditas, omissas ou esquecidas.

Somos mentirosos, é uma realidade. 

Mentimos porque sim, porque não, porque talvez. 

Mentimos sem parar porque podemos, até que um dia, no meio de tanto engano, a verdade vai
 acabar por escapar e vai parecer estranha, cruel, seca, 

como não fosse mais que uma grande mentira.